O empreendedorismo é uma revolução que será para o século XXI mais do que foi a revolução industrial para o século XX.
Empreendedores são verdadeiros heróis, seja ele(a) um(a) jovem brilhante que de forma disruptiva concebeu um negócio resolvendo um grande problema real usando tecnologia digital e se tornou um “unicórnio” (empresas que segundo o mercado valem mais de R$1 bilhão) ou aquele empreendedor por necessidade (grande maioria) que por falta de opção e a consequente falta de preparação, empreende buscando sobreviver.
No Brasil, para cada 100 empreendedores por necessidade há 132 por oportunidade, enquanto nos EUA a proporção é de 100 para 575.
As pequenas e médias empresas, tocadas por empresários que empreendem todo dia, representam mais de 99% do número de empresas, são responsáveis por mais de 70% dos empregos e geram 27% do PIB (Produto Interno Bruto).
São esses heróis de verdade, empresários e empreendedores, que enfrentam um Brasil que é segundo nosso atual ministro da economia, o paraíso dos rentistas e o inferno dos empreendedores.
O ministro, infelizmente tem razão e não está sozinho nessa constatação. Segundo o tradicional Ranking da dificuldade de se fazer negócios (http://doingbusiness.org), entre 190 países o Brasil ocupa a posição de numero 176, ou seja só temos 14 países piores que nós, mesmo estando seguramente entre as 10 maiores economias do mundo.
Por conta disso a mortalidade das PMEs é alta. Segundo o Sebrae de todas as empresas abertas, 31% não ultrapassam o primeiro ano e 76% delas sucumbem em até três anos. De acordo com a pesquisa
As principais causas do fechamento precoce são, segundo o Sebrae: ausência de comportamento empreendedor, ausência de um planejamento prévio adequado, deficiências no processo de gestão empresarial, insuficiência de políticas públicas de apoio aos pequenos negócios, dificuldades decorrentes da conjuntura econômica e impacto de problemas pessoais sobre o negócio.
Outra pesquisa do Instituto MahaGestão (Citado em OESP caderno de oportunidades, 09/07/2018 Como falir mesmo em época de crise) feito com cinco mil negócios identificou os cinco riscos principais que podem levar o pequeno empreendimento a falência principalmente em períodos de recessão:
- Dificuldades na gestão financeira;
- Atraso nos pagamentos;
- Contrair crédito pagando juros altos;
- Descontrole do fluxo de caixa; e
- Dificuldades para identificar desvios.
Ainda segundo o Instituto, os vilões da gestão nas PME’s são:
- A precificação de produtos mal feita;
- Gestão de estoque e financeira ineficazes;
- Falta de indicadores para auxiliar no planejamento e na tomada de decisão.
As pequenas e médias empresas não quebram por problemas relacionados a falta de conhecimento de operações financeiras complexas como a falta de “Hedge” (Proteção) ou por aplicação financeira arriscada em instrumentos derivativos e sim por decisões econômico-financeiras básicas equivocadas, no geral e mais especificamente pela falta de gestão correta do fluxo de caixa, mal entendimento dos custos, precificação inadequada e falta de entendimento do impacto dos impostos no negócio.
Precisamos enquanto país, contribuir com a melhoria da performance econômica de nossas pequenas e médias empresas por meio de uma melhor formação em gestão para os empreendedores e empresários e do ponto de vista de políticas públicas que visem corrigir os entraves burocráticos, tributários, de financiamento e de logística, nossas eternas “jabuticabas”.
O Livro que agora lançamos, visa dar uma pequena contribuição na formação em gestão financeira de nossos heróis empreendedores e empresários, mudando a estatística de mortalidade das empresas no Brasil.
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